Foram 35 anos de tablado e o privilégio de 80.000 alunos em todos os níveis de ensino, em escolas públicas e privadas. Aprendi que é primordial o equilíbrio entre o afeto e a disciplina, como pratos distintos de uma balança: de um lado ternura, tolerância, diálogo. No outro prato, limites, respeito às normas e à hierarquia. Ao dedicar afeto e ao exigir disciplina, a nossa relação com o educando deve ser intensa e proativa, jamais morna ou tíbia.

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Fruto da convivência com renomados didatas e educadores, das leituras, das boas práticas e até mesmo dos erros cometidos, transcrevo os principais ensinamentos dessa rica experiência e concomitantemente me penitencio por tê-los praticado apenas em parte: 

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1. Quase todo dia o professor tem o seu calvário. Conflitos com os educandos são inevitáveis. Mas pare e pense: quem é o adulto na relação?

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2. Nada é mais grandioso que a missão do educador. E como educadores não temos o direito de ser medianos.

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3. O magistério é uma árdua fadiga, enquanto sublime tarefa de legar uma geração melhor do que a nossa.

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4. Aula que tem que ser dada merece ser bem dada, e para tanto bem preparada. É um ganha-ganha, pois agrega valores ao aluno e ao professor.

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5. Dar uma boa aula é uma excelente terapia e não é difícil. O difícil é dar uma boa aula e manter a motivação e a disciplina. Sem disciplina não há aprendizagem na escola nem lições para a vida.

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6. O professor deve matar a indisciplina no seu nascedouro, antes que a marola vire um tsunami. Bons didatas perderam o emprego por não terem autoridade. Impor limites é uma das tarefas precípuas do professor.

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7. Deve-se entrar em sala com disposição alegre, passos firmes e saudação vigorosa. O aluno não está interessado nos problemas particulares do professor ou nos desgastes da aula anterior.

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8. É imprescindível que haja unidade de ação e verbalização do professor e equipe pedagógica perante os discípulos e seus familiares. O professor “bonzinho” é danoso à escola e ao educando.

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9. Promover bons valores, autonomia e autodidatismo são os maiores legados do professor. Este se torna dispensável com o inexorável passar dos anos, mas os seus ensinamentos reverberarão sobre várias gerações.

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10. O professor que não se atualiza corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho. Deve ser um eterno aprendiz, mantendo-se atualizado nos avanços da sua disciplina e das novas práticas e tecnologias educacionais.

Jacir J. Venturi, foi professor do Colégio Estadual do Paraná, EJA, Pré-Vestibulares, UFPR, PUCPR e hoje é Coordenador da Universidade Positivo.